Quem sou eu? O que faço

Minha foto
João Pessoa, Paraíba, Brazil
Quem sou? O que faço. Sou Maria de Lourdes, tenho, agora, 62 anos, esposa, mãe e avó, formação jurídica, com pós graduação em Direitos Humanos e Direito Processual Civil, além de um curso não concluído de Filosofia. Conheci os clássicos muito cedo, pois não tinha permissão para brincar na rua. Nosso universo – meu e de meus irmãos – era invadido, diariamente, por mestres da literatura universal, por nossos grandes autores, por contistas da literatura infanto-juvenil, revistas de informação como Seleções e/ou os populares gibis. Todos válidos para alimentar nossa sede de conhecimento. Gosto de conversar, ler, trabalhar, ouvir música, dançar. Adoro rir, ter amigos e amar. No trabalho me realizo à medida que consigo estabelecer a verdade, desconstruir a mentira, fazer valer direitos quando a injustiça parece ser a regra. Tenho a pretensão de informar, conversar, brincar com as palavras e os fatos que possam ser descritos ou comentados sob uma visão diferente. Venham comigo, embarquem nessa viagem que promete ser, a um só tempo, séria e divertida; suave e densa; clássica e atual. Somente me acompanhando você poderá exercer seu direito à críticas. Conto com sua atenção.

terça-feira, 4 de julho de 2017

O CAPETA USA TERNO E BOTOX

RENUNCIA A SATANÁS?


Contrariando as tradicionais imagens com cascos, chifres, rabo e pelos, aqui o Diabo é vaidoso e loquaz. Não veste Prada, mas usa ternos feitos sob encomenda. É preenchido com botox e, por vezes, seu rosto parece estar desmanchando-se, revelando sua verdadeira face, avivando na memória o genial Oscar Wilde e seu  célebre  Retrato de Dorian Gray. Cred.Imagem:tonypoeta pensamentosblogger.


Frequentador das altas rodas gesticula abundantemente, cheira a colônia alemã, é notívago, prolixo e se compraz em ouvir o som de sua voz. Acredita cegamente no poder que detém tornando-se, em seu desserviço, relaxado e imoral. Com incontáveis seguidores, cataloga-os de acordo com o seu grau de atuação e resposta. As legiões do mal crescem diuturnamente.

É Inteligente, acrescentando ao seu aporte pessoal a mais perigosa característica que se possa creditar ao inimigo. Esnobe, busca desqualificar, sistematicamente, os que a ele se opõem. Contraditório, ignora diante de todos o que é público e notório. Descarta o que é veiculado nas mídias, seja nacional e/ou internacional. Para ele tudo não passa de balelas, invencionices.

As favas a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, essa última com extensa lista de ressalvas a depender de qual será a atividade, quem ou quais os elementos de produção de riqueza envolvidos e, de como será, efetivamente, direcionada a ação? Ou seja: quais os destinatários das vantagens e do patrimônio resultante da seletividade?

Pouco importa à criatura, por serem destituídas de serventia ao status quo, peculiaridades humanas Filosóficas, Sociais, Políticas, Éticas ou Morais. Decência, Honestidade, Fidelidade, Justiça, Democracia, Direito, Constituição, Solidariedade... para não citar tantas outras, afinal para que servem?

O que convém ao ente é ter aliados advindos, potencialmente das altas camadas sociais. Importantes figuras do mundo político, econômico, financeiro, com visibilidade social. Recebidos na calada da noite, se esgueiram nas sombras sem quaisquer registros. Se recepcionados durante o dia, as escâncaras e sem nenhum pudor, ostentam cargos que dão aparente legitimidade aos rapapés e confabulações.

Hoje, entre nós, é “normal” que o Mandatário de um Estado de Direito, troque assertivas acerca de corrupção ativa e passiva, ache natural o assunto, incentive sua continuidade, busque assegurar a manutenção do silêncio que lhe interessa. Não sou eu que o digo. É a voz que se ouve numa gravação submetida à técnica de peritos qualificados e credenciados, segundo a especificidade de suas funções.

Também é "normal" que um Ministro da mais alta Corte desse mesmo país, encontre-se, reservadamente, á noite, com o Mandatário suspeito de corrupção. Claro, fora da agenda oficial, para supostamente discutir nada mais nada menos que “Reforma Política”. Também é irrelevante que o Ministro integre a Corte que poderá julgar sua Excelência. Relax total, nenhum deles se preocupa com mais nada.
 
Certamente para suas Excelências é tão "simples, pequena e desprezível a temática" – Reforma Política –   que interessa a apenas quatro autoridades convidadas para a conversa noturna e soturna. Suponho como cidadã interessada, que o “franco e transparente diálogo” deve ter tratado sobre a necessidade de reformas que modifiquem o curso político no Brasil.

Ratifica também a “normalidade” que o encontro e a “diligente discussão” - leia-se, o assunto que determinou o jantar a quatro - tenha ocorrido às vésperas da indicação do substituto do Procurador Geral da República. Defensor da Lei por disposição Constitucional. Que coisa feia, sem graça, sem charme, pessoas insistindo que algo de mau possa ter ocorrido em tão inocente reunião!

Normalíssimo que existam 21 (vinte e um) pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer e que o Presidente da Câmara, Deputado Rodrigo Maia, não disponha de tempo para apreciar nenhum.

Coitado de sua Excelência, estava muito ocupado nesses últimos dias. Imaginava, o dinâmico Deputado, como seria o tratamento dado a uma possível denúncia do Procurador Geral, contra o Presidente da Republica. Danadinho. Conseguiu um recorde absoluto.

Na manhã do dia 29 de junho, quinta feira, a Denúncia de Janot foi protocolada na Câmara. A tarde, das 14:00 as 15:30 horas se deu início e foi concluída a leitura integral de mais de 60 (sessenta páginas) que compõem a peça. Nessa mesma quinta feira, antes que se completassem 24:00 horas do recebimento na casa legislativa, o Presidente Temer foi oficialmente notificado da Denúncia... aff. Cansei. Aleluia.

Fala-se da pressa para minimizar o desgaste do Presidente Temer. Uau! Sequer Michael Schumacher,  conseguiria superar a celeridade demonstrada. Que lógica medonha impõe tanta vergonha a uma Nação? Eduardo Cunha, Funaro e tantos outros devem estar se perguntando: onde foi que eu errei? Esconder ou Escrachar? Eis a nova questão

Agora, angustiada, assisto a macabras previsões. Os noticiários alertam que a negativa para processar o Presidente são "favas contadas". A mais simplória das defesas: falta indícios. Chego a ter medo de estar insana. Nunca vi tantas evidências, indícios e provas. ando até me questionando. Seria a mala carregada por Rodrigo Rocha Loures a maleta de Mandrake?

O Palácio da Alvorada hoje fervilhou a semelhança do último baile do Brasil Império, o famoso Baile da Ilha Fiscal.  Vinte e tantas audiências oficiais. Tentativa de inclusão de Paulo Maluf - eu nego - e, Waldemar Costa Neto que, inicialmente não constavam da agenda e,  para completar as Excelências o Ministro Gilmar Mendes. Será que Lobão e Sarney estão indispostos? Estranhei as ausências.


Dizem que no baile da Ilha Fiscal D. Pedro II, quase caiu e foi amparado por dois jornalistas. Refeito afirmou: " O monarca escorregou, mas a monarquia não caiu". Comparando, o segundo Presidente desse período executivo poderá até cair, mas a Republica continuará de pé. Acredito.

Voltando a realidade, malas; milhões devolvido; delações que se ratificam e se completam; íntimos transformados em ladrões; memória seletiva derrubada documental e publicamente. O que falta? Atas dos encontros furtivos? Recibos de “Pensões milionárias e vitalícias”? Flores com cartõezinhos de agradecimento? Mais fácil será levar de volta à pia batismal alguns denunciados e repetir a famosa frase: Renuncia a Satanás? E rezar muito para uma resposta afirmativa.

E pensar que antigamente algemas e similares eram tão destituídas de Glamour que era, praticamente impossível alguém querer furar a fila para recebê-las. Coisas de nossa atualidade. Não sei porquê,  lembrei-me de bordões televisivos que diziam: “cala a boca Batista” e “vai para casa Padilha”.  Bons tempos aqueles, Batista e Padilha eram sacos de pancada do povo. Hoje o povo foi transformado em saco de pancada de Padilhas, Batistas, Temer, Maias e tantos outros.


Nenhum comentário: